VERNE A PEDAL

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domingo, 26 de julho de 2009

- Foratata

A montanha onde mais vezes ascendemos, pensávamos dela conhecer tudo.

Os seus caminhos...

...as suas vistas...duas cimas realizadas
(Vértice e Pico Anayet)...


...as suas pedras...


...os seus animais...
O novo caminho que percorremos não o conhecíamos, talvez não fosse o mais desejado, porque há sempre outros caminhos a descobrir, mas foi o eleito.

No entanto, ascender uma montanha não implica obrigatoriamente coroá-la no seu ponto mais alto ou desprezar a sua dificuldade para atingir esse objectivo.
Alguns, como este senhor (na foto de cima) que encontramos em condições extremas, arriscam tudo...perdeu-se e aventurou-se sem cordas, num caminho que teve a sorte de o terminar.
Nem ele deve saber como...

Este foi um dia especial.

Queríamos escalar o Midi mas como o tempo não estica optamos ir à ponta mais alta do Foratata, uma vez que levávamos material suficiente para ascender e boa preparação fisíca.
2341m não são desde logo muitos metros comparados com as últimas ascensões concretizadas.
A dificuldade desta montanha é a própria vulneralabilidade da sua rocha.

Assim que atingimos o 1º collado descobrimos um caminho que nos levava à sua parede virada a sul, desde onde se presencia uma espectacular vista vertiginosa.

Aproximadamente 100 metros depois, encontramos uma mariola que indicava o início da escalada.


O Pedro escolhe a melhor via.

Sempre com três apoios para sentir segurança.
Lanuza


Formigal
Como é de imaginar, não fotografamos os momentos mais difíceis.
Centrar os sentidos prima em desafios como este.

A primeira chaminé subimos com corda.


A segunda trepamos como pudemos.
As pedras às quais no agarrávamos ficavam suspensas nas nossas mãos.
Um perigo...

O António subiu connosco e foi graças à sua tranquilidade que decidimos continuar.

O equilíbrio do corpo e da mente devem estar sempre presentes. A insegurança é a nossa pior companhia.

Enquanto o vento soprava, duvidamos entre continuar ou desistir e rapelar até à Mariola.
A ponto de regressar sem discussão, o António disse que poderia montar uma reunião para ultrapassar um passo aéreo.
A questão é que nestas circunstâncias tudo se complica e o medo de fracassar aumenta exponencialmente à medida que nos vamos cansando.

Hoje o António foi o que mais arriscou.
Ou ele ou o Pedro tinham de abrir a via para ser possível assegurar os de trás.

O esforço de prestar atenção ao que fazemos esgota-nos as baterias...elas devem ser bem repartidas.
Decidimos continuar e se de facto a vontade fosse descer, na terceira chaminé montaríamos um rapel para voltar.
2341 metros e muita pedra solta.
A ascensão pela cara sul é sem dúvida perigosa e não pretendemos arriscar mais por aqui.

Felizes...porque chegamos...



...preocupada com a descida...


Era importante encontrar outra alternativa para descer o Foratata.


A mármore dos Infernos parecia mais próxima.



Ao fundo a Partacua.



Percorremos a cresta para rapelar na cara norte as duas chaminés que existiam como alternativa, tanto para subir como para descer.




Depois do Salto do Foratata...


...preparamos o rapel...

o Pedro desceu em 1º para ver onde se localizava a 2ª reuniäo.
O famoso Quebrantahuesos rondava perto.


Por aqui descemos e também podiamos ter subido.

Até chorei de emoçäo...

Recolher de cordas do 1º rapel montado.


Enfim, chegamos.



Mas ainda nos esperava algum tramo para destrepar.


a segunda ponta foi onde ascendemos.



A elegância dos Lírios.


Campos de Lírios.


O pensamento humano é incompreensível.
Quando estamos em baixo queremos estar em cima e quando estamos lá em cima só pensamos estar em baixo e ver onde estivemos.


Repor minerais...


A foto do trio de escaladores mais felizes do vale encantado.

A risca verde foi por onde passamos.



Para nós foi uma verdadeira aventura.
Agora o Foratata só o temos de recordar...